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O vigilante eletrônico azul

Luciano Moraes, presidente da Vigzul
O executivo goiano Luciano Moraes, presidente da Vigzul, empresa de monitoramento eletrônico criada pelo americano-brasileiro David Neeleman, fundador da Azul Linhas Aéreas, tem motivos para se preocupar com sua segurança. Ele já foi vítima de um assalto, no qual levou dois tiros de revólver. Sua experiência nesse mercado, no entanto, o faz ter consciência de que sentir-se seguro não é o mesmo que estar, de fato, protegido. “Tem gente que coloca uma arma na cintura e acha que está tudo bem”, afirma Moraes. “Não é bem assim.” É esse tipo de mentalidade que o executivo pretende mudar no comando da Vigzul, que assumiu há 45 dias, quando a companhia da qual era sócio, a gaúcha GSR, especializada em vigilância de empresas, foi comprada pela empresa de Neeleman.

“Nós precisamos educar nosso cliente”, afirma Moraes. “Ele precisa entender que é melhor confiar sua segurança em nós e não no vigia do bairro.” Lançada em 2013, com aporte de R$ 100 milhões de Neeleman, em sociedade com seu irmão Mark e com o fundo de private equity Peterson Partners, a Vigzul quer ser para o mercado de segurança patrimonial o que a Azul Linhas Aéreas foi para o setor de aviação. A ideia é ocupar um espaço atualmente preenchido por pequenas companhias ou pelo mercado informal. “Existem muitas empresas de vigilância eletrônica no mercado, mas a maioria é focada na venda de equipamentos”, diz Moraes.

“O serviço é quase um acessório. Nós, ao contrário, queremos vender o serviço.” Substituir o vigia do bairro, ou aquela pequena empresa de alarme e cerca eletrificada, no entanto, é uma tarefa que exige um embate corpo a corpo com a clientela. Afinal, a sensação de segurança proporcionada pelo fato de ter alguém vigiando sua porta, mesmo que de forma pouco eficiente, muitas vezes, é suficiente para que a pessoa não se sinta preocupada em procurar um especialista em segurança. Por esse motivo, a Vigzul aposta em três estratégias: venda porta a porta, equipamentos sem fio e preço baixo.

O motivo para abandonar a fiação é a velocidade da instalação. “Se meu vendedor tem o orçamento aprovado, faz a instalação na mesma hora”, diz o executivo. Até hoje, segundo Moraes, a tecnologia sem fio era pouco utilizada em virtude dos custos. Nos últimos anos, no entanto, eles se tornaram mais atrativos, em especial por conta da escala que ganhou a empresa. Com a incorporação da GSR, a Vigzul chegou a um total de 18 mil clientes, em cerca de 30 cidades, nos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Dessa forma, a empresa, que não divulga seu faturamento, consegue oferecer planos a partir de R$ 99.

Até 2016, a meta é chegar a 40 mil clientes. A Vigzul iniciou sua operação por Campinas, (não por acaso, onde está localizado o QG da Azul) a segunda maior cidade paulista, e já se expandiu para outros 26 municípios, incluindo a capital do Estado. Com a incorporação da GSR, além de estender seus tentáculos para a região metropolitana de Porto Alegre, onde conta com uma carteira de cerca de quatro mil clientes, a maioria corporativos, a Vigzul também adiciona ao portfólio o serviço de portaria eletrônica. Até o momento, sua oferta era focada no setor residencial.

Segundo Moraes, a negociação com Neeleman para a venda de sua empresa foi rápida. “Ele é de uma simplicidade que surpreende”, diz o executivo, que tinha planos de tirar um ano sabático no exterior, após a venda da GSR, mas desistiu quando foi convidado para assumir a presidência da Vigzul. “O Neeleman tem essa cultura de estar sempre vendendo a empresa, o que é muito empolgante.” O valor da transação não foi divulgado. O mercado de vigilância no Brasil, incluindo a segurança privada, que compreende, também, os serviços de proteção particular e transporte de valores, movimenta mais de R$ 50 bilhões.

Segundo Jeferson Furlan Nazário, presidente da Fenavist, entidade que representa as empresas do setor, esse tipo de serviço dá apoio ao Estado, sem ter a pretensão de exercer poder policial, e está “está se consolidando como importante protagonista na proteção de vidas e patrimônio das organizações públicas e privadas.” O segmento de segurança eletrônica, que movimenta em torno de R$ 5 bilhões, deve crescer 10% este ano, estima a Associação Brasileira de Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança.


Fonte: Istoé - Dinheiro.
Por: Rodrigo Caetano
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