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Hackers ameaçam atacar durante Copa do Mundo de 2014


Hackers brasileiros ameaçam atrapalhar a Copa do Mundo com ações que vão desde tirar sites do ar e invadir páginas, acrescentando ciberataques à lista de problemas de um evento já atingido por protestos, atraso de obras e estouro de custos.

Num país com grande incidência de crimes online, problemas na infraestrutura de telecomunicações e pouca experiência em ciberataques, as autoridades se esforçam para proteger sites do governo e da Fifa.

Revoltados com os cerca de R$ 30 bilhões de recursos públicos gastos nos preparativos da Copa do Mundo, mais de um milhão de brasileiros foram às ruas em junho passado para exigir melhores serviços públicos, maior transparência e combate à corrupção. Agora, hackers dizem que vão se juntar ao coro. “Já estamos fazendo planos”, disse uma suposta hacker, cujo nome de guerra é Eduarda Dioratto. “Não acho que eles podem fazer muito para nos impedir.”

A Reuters entrou em contato pela Internet com Dioratto e outros que se dizem membros da rede internacional de hackers conhecida como Anonymous. Apesar de não ter como confirmar as identidades verdadeiras deles, a Reuters conversou com eles para buscar entender as ameaças e o impacto que eles poderiam ter na Copa do Mundo.

Eles disseram que o evento oferece uma audiência global e é um momento oportuno para atacar sites operados pela Fifa, pelo governo, por outros organizadores ou patrocinadores. “Os ataques vão ser direcionados contra sites oficiais e de empresas que patrocinam a Copa”, disse o hacker conhecido por Che Commodore, em conversa pelo Skype.

Enquanto as preocupações no momento se concentram em finalizar os estádios para o início do torneio em 12 de junho, especialistas apontam que pouca atenção está sendo dada à infraestrutura brasileira de telecomunicações. Os problemas incluem redes sobrecarregadas, uso generalizado de softwares piratas e pouco investimento em segurança online. Para tornar a situação pior, o Brasil tem uma das mais sofisticadas redes de criminosos online do mundo, que já estão agindo na venda de ingressos e outras transações relacionadas à Copa. “A questão não é se a Copa vai ser atacada, mas quando”, afirmou William Beer, especialista em segurança online da consultoria Alvarez & Marsal.

O Brasil se diz pronto, ou tão pronto quanto pode. “Seria irresponsável para qualquer país dizer que está 100 por cento preparado para uma ameaça”, disse o general José Carlos dos Santos, responsável do Exército para segurança online. “Mas o Brasil está preparado para responder às prováveis ameaças.” Um porta-voz da Fifa não quis falar sobre o tema de segurança.

Rápido e simples
Conhecidos internacionalmente pelos ataques contra a CIA (o serviço de inteligência dos Estados Unidos), a Sony e o Vaticano, o Anonymous agiu no Brasil em 2012, quando tirou do ar sites de grandes bancos.

No ataque, milhares de computadores acessaram os sites das instituições simultaneamente, engarrafando o acesso. O método seria a forma de ataque preferida também desta vez. “É rápido, prejudicial e simples”, disse Che Commodore.

Com o problema em mente, o Exército criou um centro de defesa para ciberataques, que comanda uma força-tarefa do governo para atuar na Copa. Além de um ataque como o do Anonymous, roubo de dados é uma ameaça.

O pior cenário seria uma ação sofisticada o suficiente para afetar a rede de eletricidade, comunicações ou o sistema de controle aéreo. No entanto, em entrevista recente, o general Santos disse que as autoridades não esperam um ataque tão sério.

Os integrantes do Anonymous afirmaram, por sua vez, que eles não fariam nada que prejudicasse a população. O mesmo não vale para o governo e os organizadores do evento. Apesar dos preparativos do governo, os hackers disseram que não estão impressionados com as defesas adotadas. “Não é nada de outro mundo”, disse um ativista chamado Bile Day. “A segurança continua muito baixa.”

Especialistas afirmam que o Brasil poderia se revelar mal preparado. O país, que não tem inimigos externos, não está acostumado a ficar em alerta e, assim, pode não ter consciência das suas vulnerabilidades. “O Brasil é um grande alvo, é neutro e tem uma infraestrutura desafiadora”, disse Marcos Oliveira, executivo da empresa de segurança norte-americana Blue Coat.

Tirando os bancos, as empresas brasileiras não dão muita atenção para o problema. Além disso, mais da metade dos computadores brasileiros têm softwares piratas, os que os torna mais vulneráveis.
Fonte: REUTERS
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