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Vale testa sistema para aumentar segurança no trabalho


Com a missão de transformar recursos naturais em prosperidade e desenvolvimento sustentável, a Vale é uma mineradora global, com sede no Brasil, líder na produção de minério de ferro e a segunda maior produtora mundial de níquel. Sua preocupação com a vida pode ser calculada pelos investimentos de mais de US$ 1,3 bilhão em 2012, para promover iniciativas de cunho social e ambiental nas área onde atua. Presente em mais de 30 países, a Vale tem escritórios, operações, explorações e joint ventures espalhados pelos cinco continentes. E para se ter uma ideia, somente no Brasil, opera mais de 10 mil quilômetros de ferrovias.

No Brasil, a empresa iniciou um projeto piloto em novembro de 2012, em Itabira (MG), para testar a eficiência da tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) como instrumento para dar agilidade e eficiência no controle de sua política de segurança no trabalho. A iniciativa tem trazido benefícios importantes para a melhoria do acompanhamento individualizado de cada um dos 80 funcionários impactados pelo projeto, no que se refere aos treinamentos e exames médicos obrigatórios e fundamentais para a garantia da vida nos campos de trabalho.

Antes do sistema RFID, com base na tecnologia da Intermec by Honeywell, a fiscalização sobre a adequação de cada funcionário aos procedimentos e regras necessários para a manutenção da segurança era realizada manualmente, por meio de papéis impressos e verificações um a um, processo que demandava tempo e poderia levar a falhas na verificação do cumprimento das agendas de treinamentos e exames por parte dos trabalhadores.

Com a RFID, houve ganhos importantes no acompanhamento individualizado com mais eficiência e dinamismo. "A vida em primeiro lugar. Este é o nosso maior valor", afirma Carlos Teixeira, analista sênior da Vale em Itabira, responsável pelo projeto com RFID. "Por isso, temos de manter o controle sobre RAC, ASO e respeitar as nossas Regras de Ouro".

Segundo Teixeira, RAC ou Requisitos para Atividades Críticas são as instruções de segurança para execução de atividades de risco, que determinam ações de capacitação, para preservar a vida das pessoas, assegurando sua integridade física e garantindo a conformidade com os padrões de saúde e segurança.

Já o ASO ou Atestado de Saúde Ocupacional define se o funcionário está apto ou inapto à realização de suas funções dentro da empresa. "Para cada exame realizado, o médico emitirá o ASO em duas vias", explica Teixeira. "A primeira via ficará arquivada no local de trabalho, inclusive na frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho. E a segunda via será obrigatoriamente entregue ao trabalhador mediante recibo".

O documento é de extrema importância, de acordo com Teixeira, porque além da identificação completa do trabalhador, há informações sobre a função exercida, os riscos que existem na execução de suas tarefas, procedimentos médicos a que foi submetido, ou seja, informações completas sobre a saúde do funcionário.

As Regras de Ouro representam o compromisso da categoria de ferrosos com a vida, tendo como regra número um viver. São nove ao todo: Analisar os riscos das atividades e cumprir as medidas de prevenção e proteção adequadas; Usar corretamente os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) obrigatórios para as atividades; Fazer, testar e não violar bloqueios de máquinas e equipamentos; Não realizar nenhuma atividade sem estar habilitado e autorizado; Não trabalhar sob efeito de álcool e drogas; Não trabalhar em altura sem cinto de segurança apropriado; Não usar ferramentas, máquinas e equipamentos improvisados; Não transitar embaixo de carga suspensa; Não conduzir veículos e equipamentos acima da velocidade limite.

Com o uso da RFID, o objetivo é atender com mais rigor a preocupação com a exposição ao risco devido à falta de qualificação ou problemas de saúde. "Além da falta de treinamento adequado", diz, "os problemas de saúde podem contribuir para acidentes e expor vidas ao risco. Porém, estes riscos poderão ser minimizados se os funcionários forem submetidos, regularmente, a exames e qualificações que atestem a sua capacidade, clínica e profissional, para realizar as atividades laborais".

A operação manual trazia dificuldades para controlar os vencimentos do ASO e RAC. "Nas áreas operacionais o controle do vencimento de ASO e RAC consiste na impressão e distribuição de lembretes de vencimento, que são gerenciados periodicamente pelas equipes de apoio e gestores, sendo que estas equipes podem trabalhar em turnos", esclarece Teixeira.

Para este modelo funcionar corretamente, segundo ele, a comunicação entre os membros da equipe precisa ser eficiente, pois se houver alguma falha, a saúde ou integridade física do funcionário poderá estar em risco. "Esse tipo de gestão de dados também requer um considerável volume de impressos, visto que os lembretes precisarão ser gerados constantemente".

Com a RFID, houve melhoria na manutenção dos dados funcionais. "Todos os registros de saúde e segurança dos funcionários são cadastrados em um sistema desenvolvido especialmente para este fim, que, por sua vez, realizará o gerenciamento dos vencimentos de treinamentos (RAC) e de exames periódicos (ASO)", afirma Teixeira.

Gravada em crachás RFID, a identificação dos funcionários é associada pelo sistema aos registros de vencimento de ASO e RAC. "Estes crachás contém impressos os procedimentos de passagem pela porta de identificação", detalha Teixeira. "Diariamente, ao chegar para o trabalho, o funcionário passa por uma área denominada Porta de Identificação, onde o sistema faz a leitura dos crachás e analisa os vencimentos dos registros de saúde e de segurança do funcionário, emitindo uma notificação sobre a sua situação".

O sistema tem um código de cores para emitir alertas. "Caso todos os registros de saúde e segurança estejam em dia, o sistema irá acender uma luz verde. Ao serem identificados registros com vencimento nos próximos 60 dias, o sistema ligará uma luz amarela. Mas, se forem encontrados registros vencidos, o sistema ligará uma luz vermelha, disparando um “bip” de alerta", esclarece.

O novo sistema também permite a cada funcionário acompanhar com mais facilidade a sua agenda de treinamentos e exames médicos. "Um terminal de consulta foi implantado para que os funcionários possam ser notificados sobre pendências de saúde e segurança. Esses terminais possuem uma interface intuitiva e contam também com recursos de voz".

Neste piloto, foi utilizado um coletor de dados Intermec CN3 acoplado a um IP30, do mesmo fornecedor. E ainda um leitor fixo UHF Intermec IF61, com duas antenas circulares e duas direcionais, além de tags passivas UHF EPC Gen2.

Graças ao sucesso dos testes com RFID para o controle da sua política de segurança no trabalho e respeito à vida, a Vale já está testando outros usos para a tecnologia. Um dos objetivos é reduzir o tempo e aumentar a precisão dos inventários de materiais, projeto iniciado agora em dezembro pela gerência de Manutenção de Equipamentos de Terraplanagem (GATPS) da mina de Conceição.

"O piloto de RFID para o controle de materiais de manutenção de alta rotatividade está sendo desenvolvido pela gerência de Planejamento e Manutenção Sudeste (GASMS), que recebeu certificação e qualificação para desenvolver integrações da tecnologia de RFID", explica Teixeira, comemorando que, em média, o trabalhador levou 37 segundos para dar entrada nos materiais do estoque, uma pequena fração do que precisava antes do piloto. "Apesar da boa performance, após a familiarização com a tecnologia RFID, acreditamos que este tempo deverá ser ainda menor".
Por: Edson Perin.
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