Há relatos de que a internet mundial compartilhe cerca de 1.826 petabytes de dados por dia — algo em torno de 400 milhões de DVDs com informações dos mais variados tipos. E uma porcentagem disso é rastreada por diversas instituições privadas e públicas em todo o mundo. É o caso da NSA (a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos), que estaria envolvida no escândalo do PRISM, revelado por Edward Snowden recentemente.
Mas é claro que não existe contingente suficiente na NSA para verificar todos esses dados. Por isso, apenas uma parcela disso é acessada pelos agentes norte-americanos. Um relatório publicado pela própria NSA no último dia 9 de agosto mostra quais são as quantidades exatas de informações que conseguem ser “tocadas” pela Agência. Ou seja, em que ela realmente poderia coletar dados relevantes.
Conforme informações do relatório, a NSA teria acesso a apenas 1,6% dessa quantidade de dados — cerca de 6,5 milhões de DVDs, daquele total de 400 milhões mostrados anteriormente. Dessa quantidade, apenas 0,025% são selecionadas para revisão cautelosa — resultando em pouco mais de 1.600 discos com a mesma quantidade de informações.
Ainda faltam informações
Apesar de revelar com um pouco mais de detalhes quais são as quantidades de informações a que o governo norte-americano tem acesso nestes casos, ainda falta uma série de revelações. O relatório da NSA não deixa claras algumas das questões mais importantes de todo esse processo: quais empresas de internet estão colaborando nas capturas; como essas empresas estariam ajudando; por que o governo estaria protegendo as companhias e; como a fiscalização funciona.
Por outro lado, o documento mostra algumas razões pelas quais o governo dos Estados Unidos decidiu investir em programas de fiscalização da internet e de outros modos de trocas de informações pessoais — telefones estariam nesse pacote. A origem disso tudo remete aos ataques terroristas do dia 11 de setembro de 2001. A NSA afirma também que diversos planos terroristas foram interrompidos desde o início das fiscalizações.
Todas as informações contidas no relatório da NSA surgiram logo após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmam que o governo planeja aumentar a transparência e o conhecimento público acerca de programas de vigilância mantidos pelos Estados Unidos. Em uma conferência de imprensa recente, Obama disse: “Para aqueles ao redor do mundo. Quero deixar claro, mais uma vez, que a América não está interessada em espionar cidadãos comuns.”.
O presidente norte-americano ainda foi além: “Nossos serviços de inteligência está focado em encontrar informações que são necessárias para proteger as nossas pessoas e , em vários casos, os nossos aliados.”. Agora, espera-se que novos relatórios surjam para que todas as informações faltantes sejam finalmente reveladas para o público em todo o mundo.
Por: Renan Hamann.
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