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Míssil AIM-9X: uma das armas mais letais já criadas no planeta.

Para entrar em uma guerra, um país precisa estar com suas tropas e frotas de veículos bem preparadas. E boa parte dessa preparação está relacionada diretamente com o desenvolvimento de novas tecnologias militares. No sentido mais prático dos conflitos, ou seja, o poder de destruição, de nada valeria os enormes investimentos em aeronaves indetectáveis e supervelozes se elas não estiverem munidas de armamentos eficientes. Neste artigo, vamos trazer você para perto de uma das armas mais modernas e precisas do mundo: o míssil AIM-9X, produzido pela Raytheon — um conglomerado de empresas norte- americanas especializado em equipamentos de guerra e aeroespaciais.

Dados técnicos do AIM-9X:

- Velocidade máxima: duas vezes e meia a velocidade do som, o que corresponde a cerca de 3.060 km/h;

- Comprimento: aproximadamente 3 metros;

- Diâmetro: 13 centímetros;

- Peso total: 85 kg;

- Ogiva de fragmentação anular: 9,5 kg;

- Alcance operacional: em torno de 18 km;

- Preço unitário : US$ 85 mil.

Caçador indomável:
O AIM-9X é um projétil do tipo Sidewinder que faz parte de uma linha antiga de armamento (denominada AIM-9) e é considerado um míssil ar-ar de curto alcance, ou seja, ele é lançado de uma aeronave em voo com o objetivo de atingir e derrubar (ou explodir) um avião inimigo. Esse tipo de equipamento é chamado de arma inteligente, pois conta com sistemas embutidos capazes de guiar o míssil até o seu alvo, mesmo que ele tome direções diferentes. No caso do AIM-9X, é usado um dispositivo infravermelho que o permite seguir o calor emitido pelos motores ou até pela fuselagem do alvo.

Dotado de tecnologias bastante avançadas, este míssil é um caçador que rastreia e persegue impiedosamente a sua presa, dando a ela pouquíssimas chances de escapar. Mais para frente, neste mesmo artigo, você vai conhecer mais detalhes de como essa arma consegue fazer isso.

Um pouco de história:
As armas inteligentes surgiram nos moldes que as conhecemos hoje alguns anos após o término da Segunda Guerra Mundial. As primeiras tentativas de criar armas guiadas e “autônomas” utilizaram radares. Os mísseis recebiam seus próprios sensores para rastrear o ambiente a sua volta, mas não conseguiam transportar transmissores que tivessem a capacidade de mantê-los comunicáveis e operáveis a longas distâncias. A saída era a aeronave de disparo acompanhar o percurso do projétil e “mostrar” o alvo, o que a deixava muito vulnerável.

Além de ser muito grande e pesado, esse tipo de míssil se mostrou um armamento caro e ineficiente: a cada 10 projéteis lançados, apenas um acertava o seu alvo. No ano de 1947, o físico naval Bill McLean imaginou e começou a trabalhar em um armamento que mirasse no calor. Então os grupos de pesquisa militares começaram a adotar um pequeno sensor com células fotovoltaicas para que as altas temperaturas emanadas pelas aeronaves inimigas fossem “vistas” pelo míssil. O primeiro protótipo de um Sidewinder levantou voo e foi disparado pela primeira vez em 1953.

A estrutura do míssil:
De lá para cá, obviamente, já foram acrescentadas inúmeras melhorias e aperfeiçoamentos no sistema de funcionamento dos mísseis Sidewinders. Hoje, esses projéteis possuem uma relação complexa de componentes e sistemas eletrônicos.

Preparar... Fogo!
O início da jornada de um míssil da série AIM-9 ser fixado sob a asa do avião (geralmente um caça de combate). A arma permanece conectada aos sistemas de controle da aeronave por meio de cabos de comunicação chamados de “cordão umbilical”, que ficam localizados no seu “nariz”. Quando o piloto se posiciona atrás do alvo, ele está apto para disparar. Ao pressionar um botão, o sistema de controle do avião envia um comando que ativa o motor de foguete. Esse dispositivo, localizado na traseira, produz energia para queimar um material propulsor sólido, o qual ao ser aquecido gera um gás de alta pressão que é conduzido para a parte traseira do projétil. As substâncias usadas na confecção desse combustível são especialmente preparadas para produzir pouca fumaça e evitar que o míssil seja facilmente detectado. A impulsão fornecida por esse processo é a responsável por lançar os AIM-9 e “empurrá-los” pelos céus a uma velocidade que pode atingir até duas vezes e meia a do som. Depois que todo o material propulsor é consumido, o míssil pode continuar plainando pelo ar até alcançar o seu alvo.

Controle de voo:
Tanto na parte da frente como na sua traseira, o projétil conta com espécies de asas que têm a função de estabilizar e controlar o voo. Enquanto as hastas no nariz do míssil possuem apenas uma função aerodinâmica, os equipamentos no final dele contam com mecanismos ajustáveis que operam como lemes, redirecionando o trajeto do Sidewinder a partir da sua aerodinâmica.

As orientações para qual lado o projétil deve seguir são enviadas por um sistema de controle eletrônico, o qual processa os dados captados pelo localizador infravermelho (dispositivo que é bastante parecido com o sensor CCD de uma filmadora), executa cálculos para alinhar o nariz do míssil com o calor emitido pelo alvo que foi captado e os transforma em comandos para os dispositivos servo-motores das asas traseiras.

Boom!
Na sua parte frontal, os AIM-9 possuem uma ogiva que carrega em seu interior mais de 9 kg de explosivos e centenas de hastes de titânio que se fragmentam ao explodir e podem causar grandes estragos na fuselagem do avião inimigo. Na verdade, os Sidewinders mais modernos não são projetados para explodir com o impacto. Eles possuem um detector óptico que lança feixes de laser ininterruptamente durante todo o trajeto e espera recebê-los de volta por meio de sensores instalados na estrutura externa do míssil.

Caso esse sinal seja devolvido, significa que o alvo está próximo e é hora de explodir, espalhando elevadas ondas de calor, pressão e pedaços das ligas de titânio para todos os lados. Por ter um padrão de dispersão que toma o formato de um anel, a ogiva é considerada uma arma de fragmentação anular.

Você não pode se esconder:
Embora o poder de destruição do AIM-9X seja o mesmo do seu antecessor, o AIM-9M, ele recebeu importantes melhorias que o tornam uma arma ainda mais precisa e letal. Uma das principais modificações é o aperfeiçoamento do localizador, permitindo que o dispositivo aumente o seu campo de “visualização” e capte a presença de alvos que não estejam à sua frente. Outra novidade relevante do míssil é a presença de um novo sistema de vetor de propulsão que visa oferecer maior agilidade de voo. Esse dispositivo passa a operar, além dos lemes de controle de direção, pequenas pás localizadas perto da saída do motor de foguete. Tais equipamentos podem redirecionar o gás propulsor expelido e virar o projétil com maior facilidade.

Em ação:
Como mencionado anteriormente, os Sidewinders estão na ativa desde a década de 50, e nesse período estima-se que essa categoria de mísseis já matou cerca de 270 pessoas em todo o mundo. Apesar de já terem sido fabricadas pelo menos 110 mil unidades desse tipo de armamento, contingente que está espalhado entre 28 países, apenas 1% dele foi usado em combate. Entre os conflitos que os projéteis da linha AIM-9 estiveram presentes, estão a Guerra do Vietnã, a Guerra do Golfo, a Guerra das Malvinas (também conhecida como Guerra das Falklands), a Guerra Civil de Libanesa e a Guerra Afegã Soviética (ou Invasão Soviética do Afeganistão).
Por: Fernando Daquino.

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