O Bope vai ajudar na segurança no Rio de Janeiro na Copa e também na Olimpíada Foto Wilton Junior/Estadão. |
Em certos escritórios de Brasília, sem
identificação e nos quais os telefones não constam dos catálogos
conhecidos, um atentado terrorista durante os grandes eventos previstos
para o largo período entre meados desse ano e o segundo semestre de 2016
não é uma possibilidade - é uma certeza. "Precisamos trabalhar como se
essa hipótese fosse certa e verdadeira", disse há dois dias um delegado
da Polícia Federal que não pode ser identificado. Ele já compõe a
reservada força-tarefa criada para "atuar de forma a impedir essa
agressão e impedir que a situação se transforme em realidade ". O governo investiu cerca de R$ 134
milhões na estrutura da Defesa para garantir a conferência Rio+20, em
junho de 2012. Foi uma espécie de teste. A série de eventos especiais
segue este ano com a Copa das Confederações, o teste para a Copa do
Mundo de 2014, passa pela visita do próximo papa - cinco dias em julho -
durante o Encontro da Juventude, e só termina no dia 21 de agosto de
2016, data do encerramento dos Jogos Olímpicos.
Situações de combate no meio de grandes multidões também são treinadas pela PM do Paraná Foto - Franklin Freitas. |
Pelos cálculos atuais, mais
realistas, a faixa limite deve ficar em R$ 1,5 bilhão. O ministro da
Defesa, Celso Amorim, tem dito que não vai faltar dinheiro para o
programa.
O projeto prevê a recuperação e compra
de equipamentos, criação de centros integrados de comando, comunicações,
controle e inteligência e qualificação de pessoal, entre os quais times
preparados para ações antiterror. Essa semana a presidente Dilma Rousseff
fechou, com o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, a compra de
cinco baterias de artilharia antiaérea - o preço cheio pode chegar a US$
1 bilhão. Feitos os acertos, deve sair por bem menos, talvez por US$
600 milhões. Mas o equipamento só chega a tempo para a Olimpíada. Sonho tecnológico de alto custo,
uma plataforma Istar (Inteligência, Designação de Alvos, Vigilância e
Reconhecimento) pode vir a ser montada no jato R-99 do Esquadrão
Guardião, de Anápolis (GO), que emprega a versão militar do birreator
ERJ-145, da Embraer. Até agora, só a modernização das cinco aeronaves de
alerta avançado e três de sensoriamento remoto foi decidida.
Segundo um oficial do Exército, o
planejamento é equivalente ao de uma campanha militar de combate, focada
nas 12 cidades-sede dos jogos.
A Força Aérea Brasileira (FAB) vai
cuidar da defesa do espaço. Terá de recorrer ao seu melhor material, o
supersônico F-5M, modernizado na Embraer Defesa e Segurança.
Os quatro Centros Integrados de
Defesa e Controle (Cindacta) do País receberão o sistema Sagitário, um
software nacional criado pela empresa Atech, capaz de processar dados de
diversas fontes de captação - radares, satélites, sensores de relevo - e
consolidá-los em uma só apresentação visual, na tela digital. A
Aeronáutica está formando 300 controladores de voo a cada ano.
Navios da Força Naval e os mergulhadores
de combate Grumec (time de elite inspirado pelos Seal dos Estados
Unidos, os mesmos que conduziram o ataque ao esconderijo de Bin Laden no
Paquistão) vão atuar no litoral. O Exército vai deslocar blindados,
tropas e equipes da Brigada de Forças Especiais de Goiânia - os melhores
guerreiros, cujo trabalho é mantido sob rigoroso sigilo. A coordenação
do contingente será feita por meio de cinco diferentes centros de
comando.
Por: Roberto Godoy.
Fonte: Estadão.
Defesa não subestima nenhuma possibilidade de ataque.
Reviewed by Consultor de Segurança Eletrônica
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02:32:00
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