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Como uma partida de futebol pode revelar o paradeiro de um submarino nuclear.

Mensagem deixada no Twitter por um marinheiro do HMS ‘Vanguard’ revelou que um problema no submarino prenderá o navio nos EUA até depois do Natal.


O Ministério da Defesa (MoD) do Reino Unido confirmou que o HMS Vigilant, um submarino de propulsão nuclear capaz de transportar mísseis balísticos com ogivas nucleares, foi avariado durante sua viagem de retorno à base naval Faslane, em Clyde, após realizar teste de disparo de um míssil Trident no Atlântico, próximo à costa da Flórida em 23 de outubro.
Acredita-se que o submarino tenha retornado para a base naval dos EUA em Kings Bay, na Geórgia, onde o dano agora será investigado e reparado. A base é o lar da frota de SSBN dos EUA.
Um tripulante de Vigilant revelou que cronograma planejado para o navio havia sido alterado e ele se queixou no Twitter de que teria que ficar “preso nos EUA para o Natal”. O Vigilant deveria voltar para a Escócia para recomeçar suas patrulhas de deterrência depois de um período de reparos de três anos.
O Ministério da Defesa apresentou apenas alguns detalhes do que aconteceu, porque as operações com SSBM são altamente sigilosas. O ministério normalmente nunca informa onde os submarinos estão ou se eles estão carregando armas nucleares.
“Ao voltar para o Reino Unido após o disparo bem sucedido de um míssil Trident II D5 desarmado, o HMS Vigilant sofreu uma pane em seu leme”, disse um porta-voz do MoD. “Isto não tem relação com a parte nuclear do submarino e a tripulação e o navio retornaram em segurança para a porto, onde o defeito está sendo avaliado.”
Uma fonte disse ao Sunday Herald que os danos foram causados por “detritos no mar”, mas isso não foi confirmado pelo Ministério da Defesa. “Não há provas de que houve uma colisão no mar”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa.
Steven Savage, um marinheiro que serve atualmente no Vigilant, enviou uma mensagem pelo tweeter em 8 de dezembro para a BBC em Teesside dizendo que perderia o jogo do time de futebol do Middlesbrough, conhecido como Boro.
“Os fãs de ‘Boro’ do HMS Vigilant (submarino) ficarão decepcionados. Preso nos EUA para o Natal perderemos o ‘boro’”, disse ele.
O Vigilant é um dos quatro submarinos da classe Vanguard equipado com mísseis Trident que carregam ogivas nucleares. Estes submarinos são empregados em patrulha de deterrência 24 horas por dia, sete dias por semana como parte de uma política de “dissuasão contínua no mar”.
No mês passado o ministro da Defesa, Philip Dunne, disse ao Parlamento que Vigilant tinha terminado recentemente seu grande período de manutenção.
O lançamento de um míssil foi parte da “demonstração da operacionalidade” e da eficácia da dissuasão nuclear do Reino Unido antes que o submarino voltasse ao serviço.
De acordo com a Marinha Real, a reforma custou mais de 300 milhões de libras esterlinas, levou três anos e envolveu o reabastecimento do reator do submarino. Mais de 200 atualizações significativas foram feitas na parte de máquinas do submarino e nos sistemas operacionais.
Os críticos questionaram como um submarino que tinha acabado de passar por uma reforma tão cara e extensa poderia apresentar problemas no leme. Eles também estavam preocupados com a navegação segura do navio.
“A Marinha está provavelmente muito preocupada com isso”, disse John Large, um perito independente em submarinos nucleares. “Pode ser que os trabalhos de manutenção sejam a causa do problema.”
Segundo ele, o leme poderia ter sofrido uma falha mecânica ou hidráulica, ou atingido pelo cabo do sonar rebocado.
O incidente também teria sido embaraçoso, Large argumentou. “Eu imagino que o navio teve que emergir após o ocorrido, o que é um desastre para um submarino que deve permanecer oculto”, disse ele.
Ele também disse que o cronograma de manutenção dos submarinos é muito apertado. “Se algo der errado, estraga completamente o cronograma”, acrescentou.
John Ainslie, coordenador da Campanha Escocesa para o Desarmamento Nuclear, afirmou que navegar com um submarino como este através do Atlântico com um leme avariado poderia causar uma colisão com “consequências catastróficas”.
Ele alegou também que os reparos no leme atrasariam a plena operacionalidade do Vigilant. “Isso terá um impacto na capacidade da Marinha em manter um SSBN no mar todo o tempo”, disse ele.
“Ao contrário de sair correndo para reparar o leme, o MoD deveria seguir o conselho dos Liberais Democratas e encerrar as patrulhas de deterrências em caráter contínuo e permanente. Assim eles podem demorar o tempo que quiserem para arrumar o leme.”
Em fevereiro de 2009 o submarino HMS Vanguard ficou famoso quando colidiu com um submarino nuclear francês da classe Le Triomphant em algum lugar do Atlântico. Os submarinos tiveram que voltar para casa para reparos.

FONTE: The Herald (tradução e adaptação, Poder Naval)
NOTA DO EDITOR: a lição deste caso é: não misture futebol com Marinha, a vítima pode ser o seu país.
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