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Delegado questiona segurança na Prosegur durante mega-assalto em São Paulo


Dois dias após o mega-assalto ocorrido na empresa de transporte de valores Prosegur em Ribeirão Preto (SP), o diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter 3), João Osinski Junior, criticou a falta de segurança por parte da companhia no local. Segundo o delegado, apenas um homem fazia a vigilância no momento da ação da quadrilha.

“Será questionado por que não tinha os requisitos mínimos de segurança exigidos para tudo isso. Está todo mundo evoluindo, menos aqueles que detêm os valores”, afirmou.

Em nota, a Prosegur informou que cumpre rigorosamente o que é exigido pela Portaria 3233/2012, a qual rege o setor de segurança privada e investe constantemente em novas tecnologias para aumentar o nível de segurança de suas operações.

A empresa destacou que é vítima do crime e afirmou que qualquer insinuação que a coloque como responsável mostra uma total inversão de valores na análise do ocorrido. O valor roubado não foi informado.

Pelo menos 20 homens participaram do crime na madrugada desta terça-feira (5), mas nenhum deles foi preso. Um policial militar foi morto na Rodovia Anhanguera, e um homem que, segundo a polícia, é morador de rua morreu após ser usado como ‘escudo’ pelos assaltantes.

Falta de segurança
O diretor do Deinter 3 afirmou que causou estranheza à polícia o fato de que a Prosegur posicionava alguns de seus carros-fortes em frente ao prédio, na tentativa de barrar a ação de criminosos que pudessem utilizar caminhões ou retroescavadeiras para derrubar as paredes.

Outro ponto questionado pelo delegado é a informação de que havia apenas um homem na segurança do prédio na noite do crime. Para ele, a responsabilidade pela segurança do patrimônio não deve ser repassada integralmente ao Estado.

“Também a empresa tem que se preocupar com aquilo que é dela. A sociedade tem que ter consciência de que o Estado não vai tomar conta do patrimônio de todo mundo, porque não é possível. Todos nós temos que tomar conta do que é nosso. Nós fazemos isso como cidadãos comuns e logicamente que a empresa deverá fazê-lo como sociedade”, afirmou.

Nesta quarta-feira (6), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que as transportadoras de valores devem manter dinheiro em locais com “super-segurança”.

“Transportadoras de segurança não podem ter fortunas de dinheiro em local que não tenha uma super-segurança. Você acaba expondo a risco a comunidade, vizinhos e quem passa”, afirmou.

Alckmin também citou uma conversa com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre o papel da Polícia Federal no credenciamento e na fiscalização da segurança nas empresas de transporte de valores. “Queremos um rigor grande do credenciamento na autorização e na fiscalização não só dos locais, mas também dos trajetos.”

Desarticular a quadrilha
De acordo com Osinski Junior, a resposta da polícia não será imediata e o principal objetivo é a prisão dos líderes da quadrilha para coibir novas práticas. “O importante não é prender apenas aqueles soldados recrutados para vir fazer a ação. O importante é desarticular a quadrilha, a espinha dorsal da quadrilha, para que ela não volte a praticar esse tipo de crime”, afirmou.

Imagens de câmeras de segurança foram entregues à polícia para auxiliar na apuração do caso, que está em sigilo. “Tudo aquilo que for de interesse da investigação será trazido ao inquérito. Será analisado não só pela equipe de Ribeirão Preto, mas por equipes especializadas do DEIC, que é um departamento especializado, tem um setor de roubo a banco”, disse.

Para o diretor, o essencial é encontrar provas que incriminem os suspeitos e colaborem para suas condenações na Justiça após as prisões.

Considerados sofisticados pelo diretor, Osinski afirmou que em momento algum os assaltantes tiveram a polícia como preocupação. Mais de mil tiros de fuzil foram disparados contra os policiais durante 40 minutos. Obstáculos também foram colocados na rua para dificultar a aproximação dos agentes.

“O que causa indignação por parte da polícia é o enfrentamento ao Estado. Eles tinham a total certeza que teriam todo o tempo necessário para fazer o roubo e a certeza de conseguir sair com esse dinheiro de lá. Isso demonstra organização, planejamento, especialidade, o que a polícia tem que coibir.”

Ataque planejado
O assalto ocorreu por volta das 4h30 desta terça-feira (5) no prédio da Prosegur, que fica na Avenida Saudade, zona norte da cidade. Segundo o tenente da PM Tiago Pedroso, viaturas da PM faziam patrulhamento pela região quando se depararam com um comboio formado por 15 carros e um caminhão.

“Essa viatura foi alvejada, os policiais revidaram. Os indivíduos pararam em frente a Prosegur e tentaram explodir. As outras viaturas foram acionadas e fizeram um cerco conforme plano de ação”, disse.

A quadrilha bloqueou as ruas de acesso à avenida usando veículos e espalhou pregospelas vias para dificultar a aproximação da polícia. Em seguida, atirou contra o transformador de um poste, deixando 2,2 mil imóveis e as ruas do bairro Campos Elíseos no escuro. Moradores de diferentes bairros e vizinhos ao local filmaram a ação.

De acordo com o tenente, o grupo estava fortemente armado e tinha desde pistolas a fuzis 556, 762, ponto 50, uma munição capaz de derrubar aviões. Dinamite foi usada para explodir o prédio e acessar o cofre.

Na fuga, três dos 15 carros utilizados pela quadrilha foram queimados. Parte do grupo seguiu pela Rodovia Anhanguera e atirou contra a viatura onde estavam o cabo Tarcísio Wilker Gomes, de 43 anos, e um colega.

Gomes foi baleado na cabeça e morreu. Ele era casado e pai de um menino de 8 anos.

Testemunhas começaram a prestar depoimento já na terça-feira. Documentos, coletes a prova de bala, toucas ninja e um carro usado pela quadrilha foram apreendidos em uma chácara próxima à Anhanguera. O imóvel foi alugado na semana passada e, segundo a polícia, foi usado para planejar detalhes do crime.


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